Segunda-feira sempre soa como um dia ingrato, mas na última teve jogo do Brasil x Suíça, que resultou em 1x0. Foi gritaria e confusão. Revi um monte de pessoas conhecidas numa leva só enquanto tomava uma cerveja gelada ruim. Saí do evento de pileque e com fome, pois o hambúrguer era tão humilde que não deu conta de forrar o estômago. Dormi o restante da tarde e quebrei o protocolo da segunda-feira: Comi pizza e tomei vinho. A semana se passou nos trancos e barrancos. É difícil estar de passagem. Gosto muito de ficar na casa dos meus pais que é capaz de me isolar da ansiedade que São Paulo me provoca. Mas ao mesmo tempo fico saudosa por estar tão distante da cidade. Fico com os amigos menos tempo do que eu queria. Na terça-feira eu decidi buscar a jovialidade num consultório na esquina da Alameda Jaú. A cara do médico me remeteu a um desenho animado, o que poderia me fazer sair correndo da consulta, mas a boa indicação me fez pagar por duas intervenções, dessa vez na minha cara, em 12 vezes no cartão. A primeira eu já fiz no próprio dia, pois assim economizaria o dinheiro da consulta. Voltei para casa sem o bigode chinês, mas com um mapa roxo do Madagascar, que segue por aqui, agora mais amarelado querendo desaparecer. Na quinta-feira eu estava estressada numa cadeira de dentista ouvindo a notícia de que eu desloquei um osso da mandíbula. Isso que dá ser boca aberta. Cirurgia ou um tratamento menos invasivo a laser, mas a real é que o disfarce feito no bigode chinês me proíbe de entrar num aparelho de ressonância magnética. Preciso esperar 15 dias para isso. Então voltarei para Berlim sem bigode, mas com a mandíbula com problemas de depressão.